Pensamento Criativo no Mundo do Trabalho e a Era da Inteligência Artificial

A habilidade mais procurada do mercado até 2027 não é técnica. É humana.
E quase ninguém está treinando isso.

Introdução

Segundo o Future of Jobs Report 2023, do Fórum Econômico Mundial, a habilidade número 1 mais valorizada pelas empresas até 2027 será o pensamento criativo.

Ela aparece à frente de competências técnicas amplamente requisitadas, como análise de dados e programação — e não por acaso.

Num cenário de automação crescente, IA generativa e algoritmos cada vez mais sofisticados, surge a pergunta:

|  O que ainda é verdadeiramente humano no mundo do trabalho?

A resposta está no cérebro. E nos limites da própria máquina.


O que é pensamento criativo no trabalho?

Pensamento criativo não é desenhar, pintar ou ser “artístico”.
Não é “pensar fora da caixa” — é construir uma caixa onde antes havia só repetição.

É a capacidade de gerar soluções novas, conexões improváveis e rotas alternativas onde outros só enxergam padrões.

No cotidiano do trabalho, ele se manifesta assim:

  • O auxiliar que melhora um processo — é criatividade.
  • O advogado que encontra um argumento inusitado — é criatividade.
  • O trabalhador que propõe uma nova abordagem com o cliente — é criatividade.
  • O pai que transforma a rotina dos filhos com mais leveza — também é.

Criatividade é o que você faz quando ninguém te ensinou a fazer — e ainda assim você faz bem.


Por que o mercado está desesperado por isso?

Porque a IA já domina a análise.
Ela automatiza planilhas, preenche documentos, monta relatórios e até redige e-mails.
Mas ela não sente.
Não improvisa.
Não tem lampejos criativos autênticos.

E no meio do caos, as empresas estão entendendo:

Criatividade não é bônus. É sobrevivência.
E mais: é o último território exclusivo do cérebro humano.


Neurociência, dopamina e performance criativa

Segundo o neurocientista Andrew Huberman, criatividade está intimamente ligada ao equilíbrio entre neurotransmissores.

A dopamina te move.
A serotonina te ancora.
A ocitocina te conecta.
A adrenalina te ativa.

Mas se um desses instrumentos toca alto demais — ou desaparece — você desafina.
E com o tempo, perde ritmo, motivação, clareza e paz.

Aplicações práticas para o trabalho:

  • Criatividade exige dopamina, mas com serotonina no comando.
  • Colaboração exige ocitocina, mas com adrenalina controlada.

Fonte: Huberman, A. (2022). “The Science of Creativity & How to Enhance Creative Innovation”. Huberman Lab Podcast, episódio 103.

🔗  https://www.youtube.com/watch?v=KPlJcD-o-4Q&t=2s

Quais são as outras habilidades mais valorizadas até 2027?

Segundo o mesmo relatório, estas são as 10 principais habilidades que as empresas estão priorizando para o futuro do trabalho:

  1. Pensamento criativo
  2. Pensamento analítico
  3. Letramento tecnológico
  4. Aprendizado contínuo e curiosidade
  5. Resiliência, flexibilidade e agilidade
  6. Motivação e autoconsciência
  7. Empatia e escuta ativa
  8. Liderança e influência social
  9. Alfabetização em IA e big data
  10. Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Criatividade aparece em primeiro lugar como a habilidade mais priorizada pelas empresas em suas estratégias de requalificação até 2027.
Veja o gráfico oficial no final do artigo.

Conclusão

O Fórum Econômico Mundial não deixou dúvidas:

Tarefas manuais serão substituídas.
Análises repetitivas já estão sendo feitas por algoritmos.
Mas a criatividade…

Essa continua sendo exclusiva do cérebro humano. E é por isso que o pensamento criativo é — e continuará sendo — a habilidade mais valiosa do mundo do trabalho.

Você está treinando sua mente para repetir comandos…
ou para imaginar o que ninguém ainda viu?

Renan Klautau. WhatsApp (91)991942507.

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